sábado, 10 de maio de 2008

clichê número um.

estou lendo um livro fantástico. indicação de alguém muito, muito querido para mim.
"clube dos corações solitários" do andré takeda.
uma coisa interessante do livro é que ele enumera todos os clichês que vão acontecendo no decorrer da história.
pensando nisso, resolvi começar a fazê-lo também, afinal hoje tive meu primeiro clichê que mereça entrar nessa lista.
clichê número um: medo de perder alguém.
essa aperto no peito que dá, toda vez que temos que nos despedir de alguém querido, é realmente uma coisa complicada de entender.
é brega, é demodê. mas dói.
por que o ser humano tem mania de exagerar em tudo, principalmente no sofrimento?
eu gostaria de entender...
quando alguém especial vai embora não significa que é o fim. e, às vezes, a distância nem é tão absurda assim. mas só de saber que ela não estará aqui, do seu lado, na hora que mais precisar, machuca.
eu confesso, particularmente, que não sei lidar com despedidas. prefiro não pensar no assunto, ir embora sem falar nada pra ninguém... odeio partidas, ainda mais quando quem fica, sou eu.
sou mulher, de carne e osso, portanto, sou dramática. e, como se não bastasse, sou sensível, de sentimentos aguçados. para mim, cada "adeus" é uma novela. sofro antes, durante, depois.
hoje, depois de muita prática no assunto, lido um pouco melhor com a coisa. volto a frisar: um pouco.
porém, pior do que não ter a pessoa por perto, é o medo ridículo que bate. aquele sentimento de que você perdeu aquela pessoa pro mundo, e que ele nunca mais te devolverá ela do jeitinho que você a conhece. medo de ser esquecido. medo de que alguém ocupe o seu lugar. medo de ser uma página virada. medo que exista alguém melhor do que você naquilo que só você sabia fazer. medo de não ser mais a primeira pessoa que irá ligar no dia do seu aniversário. medo de que ela esqueça seu cheiro, seu jeito, seu cabelo e sua gargalhada mais gostosa. pior: medo de que tudo que vocês passaram juntos seja um passado comum.
medo. medo. medo.
um sentimento tão primitivo, mas tão intenso.. que consome.
e mesmo que você saiba, no fundo do seu coração, que tudo isso é impossível de acontecer... ou pelo menos muito, muito difìcil que aconteça, ele tira seu sono, seu sossego, sua paz.
porém, ninguém pode arrancar as lembranças de dentro de você. ninguém pode apagar tudo que foi vivido. e nada do que se sente poderá ser tomado de você. a não ser que você mesmo queira isso.
por isso, não há distância que apague momentos únicos.
afinal, só existe saudade se existir sentimento.
e enquanto houver qualquer emoção que esmague seu peito, ela será lembrada.
porque as pessoas que amamos se eternizam com o tempo...

Um comentário:

Camilla Tebet disse...

Achei a idéia do livro interessante, vou procurar na livraria amanha. Quanto ao seu primeiro clichê, que bom que é esse. Enquanto sentes forte, mesmo que seja o medo, vives intesamente. Acredito, cada dia mais que o destino de quem escreve é sofrer pra contar. Hehehehehe.
Beijos e devagar vou lendo o blog todo.