quarta-feira, 25 de junho de 2008

faz tempo...

faz tempo que não apareço por aqui. faz tempo que não páro pra pensar nos dias e nas horas. elas andam passeando pela minha vida enquanto abro e fecho meus olhos. entre deitar e levantar, apenas a saudade... a que se vai e a que chega. as cores mesclam um cinza com azul fantástico, como há tempos não via. um leve tom de vermelho esses dias se aproximou de mim. aqueceu, tocou, ardeu. mas, foi-se. e nem disse adeus. faz tempo que não faço as unhas da cor que ele gostaria. nem me sento no sofá esperando a ligação que parece demorar uma eternidade. hoje, meu celular é esquecido dentro da imensidão da minha bolsa. e lá ele fica até reclamar por mais bateria. não quero saber do passado batendo na minha porta agora. faz frio e minhas mãos congelam ao discar os números da solidão. apenas danço aquela música gostosa para esquentar o corpo nu. sinto o sangue correr pelas veias a fim de aquecer as partes frias. deixo para amanhã o que pode ser feito hoje e faz tempo que não vejo um dvd. meus dedos estão afinando e os anéis escorregam da minha mão. hoje descubro novos cantores e me apaixono por músicas que falam do quanto dói amar e no quanto as lágrimas nos alimentam. há dias não me como compulsivamente chocolate e bebo coca-cola. ultimamente, o verde tem dado alívio para o meu estômago pesado. e acho que por isso minhas calças estão começando a cair. minha mente não anda mais um turbilhão e sinto falta disso. mas, o peso da incapacidade de deixar ele voltar me persegue todos os dias. porém, já disse, faz muito frio aqui e não posso me arriscar abrir a porta. por isso, observo ele através do olho mágico. faz tempo que ele não me entende. portanto, prefiro ficar sozinha a deixá-lo me perturbar com seus questionamentos. não preciso de perguntas. a chuva responde por si só. mas também não quero respostas. quero a incerteza do certo. e duvidar do gosto da uva e do vermelho da flor. quero jurar que a festa será uma chatice e sair com dor na barriga de tanto rir. aliás, faz tempo que não freqüento a igreja dos bêbados, nem falo besteiras com a língua enrolada. e faz mais tempo ainda que não me surpreendo com os momentos. eles andam tão previsíveis quanto você, meu bem. e nesse frio que está fazendo quero a inconstância do fogo na lareira que ora arde ora clama por algum combustível que o mantenha aceso. faz tempo que perdi a noção do tempo. mas, sei que faz tempo. eu não sou mais a mesma e ele continua ali, parado no corredor, esperando o dia que o sol aquecerá meu apartamento. daqui, quero apenas o simples e fácil de ser entendido e sentido. ando com preguiça e não tenho mais paciência para me empenhar em algo desconhecido. a não ser que valha realmente a pena. e ele não vale mais. deixou-me no frio, sozinha e agora pede meu abrigo. não. sabia que odiava ficar sozinha e mesmo assim o fez. por isso, o toque do celular especial não o pertence mais. nem as fotos que ocupam o porta-retrato não são mais dele. e faz tempo. tanto tempo que ele se foi e voltou várias vezes. mas, o cd que estou escutando ainda não terminou e não quero interromper esse momento de filme hollywoodiano. faz tempo, eu sei. mas, deixo saber. porque faz muito tempo.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

DESEJO DE QUINTA...

eu quero um amor. não daqueles dos poemas e das músicas. quero um amor único, só meu. que caiba no bolso e no coração. que fuja dos esteriótipos. que seja paixão conquistada todos os dias. que faça o coração apanhar de saudade. e gritar de dor na hora da despedida. quero um amor que me vire a cabeça. que mude meu rumo e me tire de mesmisse. que mude minha rotina diariamente. e me surpreenda a cada descoberta. quero um amor que me faça chorar de raiva e que me dê a alegria sem medidas. um amor que doa. que faça o peito sangrar. mas que supere cada sofrimento com um sorriso. e que faça o sangue ferver. quero um amor livre. que seja inventado por mim. quero um amor e não paixão. pois o amor se explica por si só, pelo simples fato de ser sentido. eu quero amor com loucuras e sem remorso. um amor sem nome ou sobrenome. amor com desejo. amor com tesão. amor sem vergonha e sem pudor. amor com amor. um conjunto de sentimentos avulsos reunidos num só coração. e quer saber, não quero apenas um; quero vários. quero amores múltiplos e imperfeitos. amores que façam eu viver cada momento da minha vida intensamente. cada um em sua vez. e que terminem com a esperança de um novo amor. e que comecem sem pensar no fim. quero vários amores dentro de apenas um.

DESABAFO SEM SENTIDO

amar incondicionalmente, sem cobranças.
entrega. sem controle, sem medir esforços.
loucura.
corações acelerados.
pensamentos que voam.
minutos eternizados.
sorrisos bobos.
mãos suadas.
ligações de madrugada.
insônia.
mensagens, e-mails, flores.
por toda parte, em todo lugar.
músicas. trilhas sonoras.
letras. melodia.
palavras que saltam a boca.
de dentro para fora.
cheiro. pele.
toque.
arrepio.
amar. sentir-se amado.
jogar-se.
mergulhar de corpo, alma e coração.
doar-se.
ser tudo.
querer tudo.
viver tudo.
sonhos. utopia.
amar os outros.
não amar a si.

terça-feira, 17 de junho de 2008

trancado


quando ela chegou, ele já estava ali. há anos que freqüentava esse lugar. para ele, tudo era tão conhecido como sua antiga coleção de cd's. mas ela era nova. nunca tinha visto aquele rosto passando por aqueles corredores. ao vê-lo, sorriu. e o desejou. como era bonito e como transbordava segurança. ele apenas devolveu o sorriso simpático. ela era linda, mas pensou ser apenas uma garota de passagem. estava com pressa e nem reparou que seus olhos eram verdes e contrastavam com a pele branca e o cabelo preto. na verdade, depois de tantos anos ele já tinha perdido as esperanças de encontrar alguém diferente naquele lugar. mas, mesmo assim, ia todas as noites. e tudo era tão mecânico que nem as poltronas vermelhas que haviam sido trocadas ele viu. todos comentavam a nova mulher que estava ali. ele não. sentou no seu banquinho de sempre e bebeu seu drink de sempre. ela, do outro lado do balcão, fumava seu cigarro e bebia whisky cowboy. conversou com vários outros homens que vieram sentar ao seu lado. mas, não tirou os olhos dele um segundo. até que cansou de olhar. nenhum homem dali valera tanto. pegou sua bolsa, andou até o banheiro, retocou o batom vermelho dos lábios e saiu. ele também. se encontraram na porta de saída. ela sorriu novamente, mas, dessa vez, um sorriso sedutor. ele cheirava desejo. ele então olhou-a nos olhos. e pôde sentir seu perfume cítrico. fitaram-se por mais alguns instantes. ele sentiu vontade de tê-la. e possuir seu corpo e beijar aquela boca vermelha. continuo em silêncio, olhando e desejando-a por dentro. sentiu seu sangue ferver em suas veias como há tempos não sentia. e seu coração bateu acelerado. ela molhou os lábios e com um olhar marcante se foi. e ele, sem reação, deixou ela ir. na noite seguinte lá estava ele no mesmo lugar. ficou observando a porta com o canto dos olhos, esperando aquela mulher chegar. impaciente, não desgrudava do relógio. sentiu cada segunda estrangular seu peito. ela não apareceu. nunca mais ele a viu. mas, noite após noite ele esperava por ela. ali, no mesmo banco, com a mesma bebida. passou todas noites de sua vida esperando aquela mulher. precisava dela. só ela tinha as chaves do cadeado que o libertaria daquele lugar. só ela poderia fazê-lo se sentir vivo novamente. e ele a deixou ir.



foto por Tainá C. S.

domingo, 15 de junho de 2008

sozinha


ela está sozinha; está sozinha no quarto e deixa que a luz do dia o ilumine. seu cabelo delicadamente preso e o rosto com restos de maquiagem. roupas de ficar em casa. seus livros preferidos estão espalhados pela cama. escolhe a dedo Janis Joplin para dar vida ao ambiente. e ela se sente tocada por dentro. nada a incomoda. nem os e-mails não respondidos, o celular em silêncio. ela está sozinha e isso não faz a menor diferença. não consegue imaginar outro jeito de passar seu dia. não há ninguém que mereça esse momento. é dela. só dela. não existe companhia à altura. e ela namora consigo mesma. deixa a música entrar no seu íntimo. aqui, no seu mundo, ela se sente segura. não precisa ser forte. pode expor suas fraquezas e chorar suas derrotas. e mais do que isso, pode brindar suas vitórias. fazer novos planos. mesmo que sejam esquecidos amanhã. não há relógios nem nada que controle seu dia. ela sente seus pés descalços tocarem o chão. vai ao banheiro e pinta sua boca de vermelho. ela não precisa ter motivos para querer estar bonita. canta com a Janis. sente com a Janis. ela é viaja no passado, voa no presente e suspira pelo futuro. para ela, o ontem não existe e o amanhã está longe demais dos seus dedos. o importante é o hoje. suas vontades de agora, seus desejos do momento, seus sonhos do dia. ela está sozinha. e quem disse que isso importa? ela se sente confortável. e a solidão não a acompanha mais. ela está apenas sozinha. e não se sente só.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

DIA DOS NAMORADOS

o amor está emoldurado a números. datas, preços, medidas. não, isso é hipocrisia da sociedade. uma jogada de marketing. engano. hoje, amor não é mais abstrato, é concreto. encontra-se nas vitrines de todas as lojas. em quilos nas prateleiras. você pode tocá-lo. pode até prová-lo, como um suéter listrado. 'hm.. ficou bom. vou levar este'. e pagam caro. 'olha, esse de 100 reais tem uma durabilidade de uns 6 meses. já esse aqui, de 500 reais, garantimos, no mínimo, 2 anos'. as namoradas esquecem das traições, dos bolos, das brigas. os namorados desfilam com suas musas em restaurantes, abrem a porta do carro, puxam a cadeira para o amor sentar. mentira. ilusão. eu amo porque amo, não porque é dia dos namorados. hoje vou sair sem um tostão no bolso a procura de um amor. quem sabe eu encontre alguém disposto a amar sem algarismos. porque, para mim, gostar não precisa de dia, presente-ar não precisa de motivo, dizer 'eu te amo' não precisa de razão. coisas pré-estabelecidas me enojam. o romantismo não precisa de datas. o amor não precisa de números. eu nunca gostei de matemática. mas sei os substantivos abstratos de cor. amor é sentimento. é um estado. não um produto. quanto vale o seu amor?

terça-feira, 10 de junho de 2008

rotina

e, de uma hora pra outra, ela se viu sem chão. a sua música preferida perdeu o sentido e suas roupas não lhe cabiam mais. aquele rosto no espelho não era mais seu. a vista da janela era desconhecida. e nem mais o sol brilhava do mesmo jeito. tudo havia mudado e ela tinha permanecido; estática. seu amor não lhe pertencia. seu namorado agora era namorado de outra. e eles eram felizes. sua mãe tinha cabelos brancos e seus irmãos, filhos. seus amigos tinham outros amigos e até seu gato morava em outra casa. e ela continuava ali, no mesmo lugar. agora, ela já nem sabia mais que lugar era aquele. ou como poderia ter ficado tanto tempo parada. ela queria sair, mas seus pés estavam colados no chão. chão? que chão? hoje, ele não existia mais. e foi por isso, só por isso, que ela se sentiu estranha. não sentiu mais aquela força prendendo seus pés. e aquela acomodação fora perturbada pelo inusitado. ela não respondia mais a estímulos externos. era peça de um maquinário constante, contínuo. mas, quando algo interrompeu essa rotina, ela sentiu as dores do mundo. e sua bolha havia estourado. seus segredos guardados na mochila corriam perigo. ela sentia medo daquele mundo estranho lá fora. pôde então perceber que vida acontecera e ela não havia notado. quem eram aquelas pessoas? e que lugar é esse? sua cabeça estava confusa e ela só conseguia se sentir sozinha. aquele não era o seu lugar. aquela não era sua vida. nada daquilo era seu. mas, afinal, o que realmente lhe pertencia? será que o mundo correra demais ou ela que se perdera no tempo? ela não sabia. se sentia andando contra o relógio. enquanto o mundo corria com os ponteiros e enlouquecia com os minutos. tique-taque tique-taque tique-taque tique-taque era o ritmo da música que todos dançavam. menos ela. ela não.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

o encontro



ele a tocou suavemente. o dia cinzento e frio deixou seu corpo gelado. mas, as mãos dele estavam quentes. e quando ela sentiu o calor vindo delas, que passeavam pela suas costas como se estivessem descobrindo um novo lugar, arrepiou-se. ela adorava mãos. ela adorava suas mãos. ela adorava sentir suas mãos em seu corpo. e ele sabia disso. e parecia querer provocá-la quando a tocava assim. ela fechou os olhos e deixou que ele explorasse seu corpo. lentamente, no meio de um beijo, foi levando ela pro quarto. deitou-a, delicadamente, em sua cama. ela estava sem blusa, e ele então pôde ver seus seios delicados e sua pele branquinha. com um sorriso envergonhado, ela olhou para ele, convidando-o para se deitar ali. sentou-se ao lado dela e ficou observando aquele corpo lindo. passeou com as mãos, mais uma vez, por aquele lugar desconhecido. ela se deixou levar pelo toque. se beijaram por muito tempo. e após muitas carícias trocadas, fizeram amor. e depois, sexo. e depois, transaram. amor, sexo, transa. ele a olhava com ternura. e continuava deixando suas mãos passearem. seu cabelo preto, comprido e liso estava espalhado pelo travesseiro. ele podia ver o olhar dela de carinho. ela tinha olhos lindos, apaixonantes. os dois continuaram a se olhar. o sol foi escapando detrás das nuvens e sua luz começou a iluminar o quarto. ele dormiu e ela ficou abraçada a ele, sentindo sua respiração profunda. era tarde; ela precisava partir. sentou na cama, beijou seu rosto. juntou suas coisas e começou a se vestir. ela estava de costas quando ele acordou. e num gesto suave, ele a abraçou. ela esboçou um sorriso gostoso e ele beijo seu pescoço. ele pediu para que ficasse, mas ela disse que tinha de ir. foram caminhando até a porta. fitaram-se por mais alguns instantes. ele não queria deixá-la. ela não queria perdê-lo. beijaram-se um beijo de despedida. ela foi até o elevador. segurando a porta, ela falou:



- Eu juro que não foi nosso último beijo.



ele sorriu. podia sentir a mesma coisa. viu ela sumir pela porta que fechou. entrou em casa e sentiu um estranho vazio. em cima da mesa, viu um bilhete. "você tem mãos lindas". ele não sabia nada dela. mas, jamais esquecera aqueles olhos verdes. ela não o conhecia. mas guardou aquelas mãos para sempre. vários dias se passaram. a rotina tomou conta dos dois. até que uma manhã nublada, quando estava caminhando, ele a viu. era ela, tinha certeza. aqueles olhos verdes eram inconfundíveis. ela estava correndo rápido quando sentiu alguém tocar seu braço. seu corpo arrepiou. parou. sabia que era ele. se olharam, então. e sem dizer nada, se beijaram. o sol apareceu.



- Prazer, Ana.

- Eduardo.



apertaram as mãos. sorriram. e sem dizer nada, partiram...


seus caminhos não eram os mesmos. mas se cruzavam sempre. e o cinza dava lugar à luz.


quarta-feira, 4 de junho de 2008

apenas mais uma de amor II




aquele nó na garganta já não existia mais. o aperto no peito, deu lugar ao vazio acompanhado de esperança. ela já não chorava há dois dias e sentia que isso poderia ser um sinal de novo começo. ou novo fim. ela não sabia ao certo, mas se sentia menos presa ao passado, mais solta no presente, muito leve no futuro. ao anoitecer, não temia mais a insônia ingrata que a atormentava. pelo contrário, fazia dela sua companheira e lia alguns livros já encostados pela falta de tempo ou de coragem. hoje, pela manhã, acordou quente e já sem sono. o sol voltara a ser fiel. levantou, tomou seu banho demorado, passeando o sabonete pela sua silhueta magra e delicada. sua pele extremamente branca, contrastava com as unhas vermelhas e seu cabelo preto, com o olhos verdes. seu creme preferido voltou a perfumar seu corpo. escolheu, como quem escolhe um presente ao novo namorado, sua roupa. cada detalhe foi pensado. sua lingerie preta desenha suas curvas. colocou seu jeans preferido, com um casaco de toca e bolso na frente. ela adorava casacos assim. calçou seu all star sujo como se fosse um sapatinho de cristal. fazia tempo que não usava ele. a última vez, pela que se lembra, foi no dia que ele foi embora e já estava sujo. desse dia até hoje se passaram semanas. mas ela o encostou num canto, como se quisesse guardar a lembrança do último beijo eternizada no tênis. voltou ao banheiro para se olhar no imenso espelho. reparou que seu cabelo preto, liso e comprido escondia o sorriso tão bonito que tinha. ela não pensou duas vezes: pegou a tesoura e, com a mão firme de quem sabia o que estava fazendo, cortou as madeixas. ela então pôde ver seu rosto como nunca tinha visto. e como ele era bonito. e como andava triste. mas, hoje não. não mais. o sol voltara a ser seu amigo e a noite, sua companheira. hoje, ela não temia vestir seu tênis. hoje não. passou o delineador em seu olhar marcante. as bochechas rosadas intensificavam seu rosto fino. ela estava pronta. e se sentia diferente. não era pelo cabelo, não era pelo tênis, não era pelo sol ou pela noite. era por ela. juntou suas coisas, tudo que pudesse precisar naquele dia e saiu. não queria saber de carro, ônibus, táxi. não tinha rumo ou objetivo. o dia era dela e nada estava programado. mas ela sabia que ia ser maravilhoso assim, desse jeito, sem horários, coisas pra fazer, lugares pré-estabelecidos para ir. foi quando, caminhando na rua com seu discman tocando 'The Beatles 1', que o viu. e como ele estava lindo. ele também a viu. ela ficou estática. ele, correu para abraçá-la. no toque do corpo, ela teve certeza: era ele mesmo. quando se largaram, ele levou a mão em seu rosto, e como quem toca num cristal, acariciou sua face. ela então o beijou. um beijo longo e gostoso. compenetrado. ele sorriu, ela também. saíram passeando pela cidade. cada esquina, um beijo roubado. não era preciso dizer nada, o momento assumiu a descrição. e, naquele dia calado, ela sentiu o amor pulsar. não aquele, do beijo eternizado no tênis. outro. um amor que ela jamais sentira por aquele homem. ela sorriu consigo mesma e, quebrando o silêncio, disse: "o amor é como uma bolha, que nos permite ver através dela. pode ter suas cores e sua textura. mas jamais cega que o possui intacto. quem cuida de sua bolha, nunca terá medo de olhar o outro. pois ela reflete o que há de melhor em cada um, transportando para quem a observa. é uma 'mútua troca motriz'"...
...
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o sol batera em seu rosto. era hora de levantar.

terça-feira, 3 de junho de 2008

imaginário

acredito que o amor seja coisa de pele.
ou toca, ou não.
é cheiro, olhar, mãos suadas, corações acelerados.
consome os dias, perturba as noites.
congela o sorriso estampado no rosto e o brilho no olhar.
exalta as cores do mundo.
o amor é irmão do ódio, filho do sofrimento.
é belo de dia, horrendo de noite.
é simples, basta senti-lo. mas, confunde cabeças, dá nó no coração.
o amor é eterno.
e mesmo que mude, é sempre amor.