sexta-feira, 1 de agosto de 2008

ontem a noite.





às vezes é estranho olhar ao redor e ver que vida não parou na minha ausência. é como se o mundo todo andasse num ritmo que só eu não escuto. durante os meus dias, as horas passam despercebidas entre um gole e outro de café, um sonho novo, um desejo ardente. minha vida correu pelos anos e eu vi um futuro que não cabe nas minhas mãos. ou eu não quero que caiba. olho para trás e vejo um mundo de saudade que a cada instante mata um pedaço de mim. dilacera o peito. estraçalha sentimentos. e eu tento reviver esse passado no presente, esqecendo-me de que as pessoas que hoje me cercam não são as mesmas de algum tempo atrás. temo o futuro pelo esquecimento e pela solidão que ele carrega junto de si, num tom azul celeste. para mim, não há planos: cada dia nasce de acordo com a luz do sol no rosto ao amanhecer. quero inventar sentimentos para me sentir mais confortável com a distância e quero imaginar coisas que me dêem coragem pra enfrentar o novo. não preciso de verdades concretas nem verdadeiras. apenas o que mora no meu coração me guia. vivo da nostalgia do que já fui e levo dentro de mim o desejo do que posso ser. sou saudade, mas também esperança. um misto do presente com a incerteza do futuro.


sexta-feira, 2h05 da madrugada.

2 comentários:

Camilla Tebet disse...

"e eu tento reviver esse passado no presente, esqecendo-me de que as pessoas que hoje me cercam não são as mesmas de algum tempo atrás." Tudo isso é medo do futuro? Sai do quentinho nega, o mundo é seu.

Luiz Modesto disse...

A gente se da a uns processos de auto-desconstrução de vez em quando. Uns mais forte, intensos, outros singelos. O problema não é nem se entregar a essas mudanças, o que dói é o tempo que leva pra gente se reencontrar, né.
Adorei teu blog. Vou aparecer sempre.
Vou incluir entre meus indicados, rs.
Abraço